Para mães divertidas, seguras, criativas, cheias de atitudes, atletas, donas de si, firmes, corretas e também para as mães que, como eu, não são tanto, mas são boas, intencionalmente boas mães.

sábado, 12 de setembro de 2015

Declaração de amor ( e orgulho)


Mais de 3000 atletas por uma mesma causa
Hoje, como em todas as noites, contei uma história para os meninos. Como eles dizem, tem que ser uma história inventada. Clássicos como Os 3 porquinhos ou João e Maria não valem. Princesas então, nem pensar...

Porém hoje foi uma noite especial. A história que contei não foi inventada e sim recontada. Uma história sem fim, porém com vários recomeços. A história de hoje foi a história da vida do papai.

A historinha começou assim...

“Vocês lembram de quando o papai estava careca? Lembram que ele ficou muito doente?”

E daí para frente vi os olhinhos dos meninos atentos. Olhar curioso de quem quer logo saber o final da história. Mas essa história não tem final, ela ainda está sendo criada dia a dia, escrita pela autor com cuidado e carinho.

Continuei...

“O papai teve um tipo de câncer, chamado de linfoma...”

Havia explicado o que era câncer aos meninos. Não na época da doença do Fábio e sim quando fomos doar revistinhas em quadrinhos para as crianças do Projeto Peter Pan no Hospital Albert Sabin. Isso não faz muito tempo. Nessa ocasião eles entenderam que se tratava de uma doença grave, porém curável, e que esperança, apoio e tratamento adequado eram as principais armas contra o câncer.

E a história foi sendo contada...

“O papai tomou remédio e recebeu muito carinho. A gente cuidou dele e ele ficou bom!”

Isso já faz 3 anos. Por que recontar essa história hoje?

É que gostaria de compartilhar com os meninos o orgulho que sinto do pai deles. Queria recontar a história para que eles também pudessem sentir o que sinto. Para que eles dormissem pensando no pai. No pai que é um exemplo de determinação.

Queria que eles ficassem felizes e gratos. Que comemorassem a cura, a reviravolta da vida. Queria, do fundo do meu coração, dizer a eles que eu amo o Fábio e que agradeço sempre por todos os dias que o tenho ao meu lado.

Contei a eles que o papai, amanhã, terá mais uma vitória, mesmo antes de cruzar a linha de chegada.  Falei que Fábio carregará no peito a palavra “Survivor” e vai nadar, pedalar e correr como um sobrevivente. Como quem já venceu um dragão.

“O papai é um atleta, é um exemplo e é um vencedor.”
Falei isso e dei um beijo em cada um. Um beijo demorado de boa noite.

Saí do quarto pensando nas partes da história que omiti. Na angústia e no sofrimento vividos. No medo infinito de perder o Fábio. No dia do diagnóstico, do qual lembro detalhes que preferia esquecer. Sobre isso não vale a pena contar, mas vale a lembrança para não esquecermos de dar valor aos dias vividos.

E para quem quiser torcer junto, amanhã às 7 da manhã meu amor estará entrando no Potomac river para iniciar o Nation’s Triathlon em benefício da Sociedade Americana de Leucemia e linfoma. Para o website do evento, clique aqui

Um comentário:

  1. Que emoção ler este texto ! Ela devia virar um livrinho tb ...um livrinho que traz esperança para quem passa pelo mesmo.... Muito orgulho desta linda familia!

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