Para mães divertidas, seguras, criativas, cheias de atitudes, atletas, donas de si, firmes, corretas e também para as mães que, como eu, não são tanto, mas são boas, intencionalmente boas mães.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Muito de tudo

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Quando soube que ia ter Palavra Cantada no encerramento da Bienal do Livro do Ceará fiquei toda animada. Era um pequeno sonho a ser realizado. Seria o primeiro grande show musical que levaria meus meninos.
Afinal, Palavra Cantada conta um pouco a minha história de mãe. Foi deles o primeiro CD infantil que comprei após voltar ao Brasil. São deles boa parte das músicas que canto junto com meus filhos no carro. Com as músicas do Palavra Cantada, aprendemos a história do Brasil, o nome das fruteiras e dos dedos das mãos. Aprendemos onde fica o Sudão, o que é eco e que, para ser uma bailarina, precisa-se de dedicação. Junto com eles, gritamos alto que criança não trabalha ( mas dá muito trabalho) e aprendemos a fazer a sopinha do neném.
Acho que já ficou claro o quanto eu queria ir ao show. E fui! Graças a uma boa dose de teimosia e dedicação ao sonho, fui!
O show iria ser no Centro de Eventos, seria gratuito e a distribuição de ingressos dar-se-ia apenas no dia do show. Sabia-se, pelo histórico dos outros shows desta bienal, que a fila estaria enorme, poderia ter muita gente e que era esperada confusão na entrada.
A despeito de tudo isso, consegui ingressos para todos nós. Fomos nós 4, animados ( e preocupados) para o show.
Chegamos 1h e meia antes da hora marcada para o show começar. Entrei na fila que alguns funcionários da bienal tentavam formar.  Achei que a entrada foi organizada e a fila razoavelmente respeitada pela maioria, tendo em vista as mais de 3000 pessoas que queriam participar do evento. O pior começou dentro do enorme espaço reservado para o show. Um grande “galpão” cheio de cadeiras de plástico. O palco era enorme, porém não tão grande quanto a vontade das pessoas de ver o show de perto. Logo logo começaram a transferir as cadeiras de lugar. Uns tentavam espremer-se entre as cadeiras da frente, outros simplesmente criavam novos lugares próximos ao palco. Aos poucos a arquitetura do lugar foi sendo modificada, saídas de emergência sendo obstruídas e o respeito a quem chegou cedo para pegar um bom lugar sendo esmagado.
 Fiquei em um lugar ótimo, mais ou menos a meio caminho do palco, bem a frente de um espaçamento entre as fileiras de cadeiras, onde, imaginei, os menos dançariam. Nos 15 minutos de atraso para o início do show, vi cadeiras indo e vindo através deste, e para este meu precioso pedaço de chão. Não queria arrumar confusão na frente dos meus filhos e além disso, aquele era um dia de festa, de ser feliz. Torci, com todas as minhas forças, para que ninguém tentasse apropriar-se do espaço que lutei de forma absolutamente leal para conseguir. Graças a uns poucos funcionários (pobres coitados ) que tentavam impedir a famigerada dança das cadeiras e à fúria dos honestos que vaiavam e apontavam para os que carregavam cadeiras, as pessoas foram se aquietando em seus lugares. E eu que, naquele momento temia pela segurança dos meus meninos, fui desarmando meu coração ( e garras) de leoa.
O show começou e todos, os educados e os não educados, os honestos e os desonestos, os de bom coração e os egoístas, todos mesmo, dançaram e cantaram Palavra Cantada.
Um espetáculo de apresentação. Um show que recomendo a  todos que tiverem oportunidade de assistir. André dançou o show inteiro, Igor esperava ansioso tentando adivinhar a próxima música. André parecia estar em um show de rock, erguendo os braços e gritando a letra das músicas.  Talvez fosse eu, alí, aos meus 13 anos vendo, ouvindo e chorando ao som de Renato e sua Legião no Paulo Sarasate.
Sacrifício e medo ( alimentado pela desonestidade e falta de educação das pessoas) para viver pequenos prazeres. Ver e viver o melhor e o pior.
Se a vida não for feita disso, de que mais será?

6 comentários:

  1. Iusta, tive muita vontade de ir com os meus mas exatamente por experiencias semelhantes no Dragao do Mar e outros eh q optei pela seguranca e tranquilidade dos meninos. Hj em dia temos ate boas opcoes em Fortaleza e adoro ler o blog. Tem sugestoes de restaurantes com bons espacos infantis? Bjus

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    1. Vou Tentar fazer esse post dos restaurantes Carol, boa idéia. Beijos

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  2. É impressionante a falta de educação das pessoas, né? A fila para receber os ingressos foi muito tranquila, graças à organização dos funcionários da Bienal. Todos que estavam nela (mesmo os que estava no andar debaixo como eu) conseguiram seu ingresso seu tumulto. Mas de fato acontecer isso na entrada para o show é lamentável.

    Eu só entrei na fila pra entrar na hora em que os portões abriram. Como eu não tinha com quem deixar minha Julia, ela ficou comigo na fila pra receber os ingressos e depois disso achei que não seria justo com ela ficar em outra fila. Fomos então curtir a bienal (e valeu muito à pena). O show assistimos lá de trás e deu pra ver perfeitamente e nós ainda dançamos muito! Eu gostaria muito de estar lá na frente, mas não topei pagar o preço pra isso (ficar cedo na fila pra entrar) então nada mais natural que curtir o show lá de trás! O importante mesmo era curtir o momento!

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    1. Syl, dava mesmo para ver tudinho de longe, por isso mesmo não entendo por que as pessoas querias passar por cima das outras :) Que bom que você aproveitou o show, foi muito legal!

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  3. Eu ia escrever este mesmo post no meu blog (exceto a parte do show da legião urbana kkkk). Serio, acho q sentamos no mesmo lado q vcs e ficamos pasmos com a maneira como os pais decidiram que a organização estava errada e desafiaram os funcionários, tentando garantir a melhor visão e esquecendo que o que seus filhos viam era exemplos de oportunismo e desrespeito que só tornam nosso País um lugar pior pra se viver. Mas, iniciado o show, esquecemos tudo isso e nos divertimos muito, por isso meu blog continua pelado :)

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